A Casa Pittella

Dentre as casas comercias que existiram na cidade, na ocasião da inauguração, a que se firmou e veio até quase os nossos dias, foi a Casa Pittella, de Carlos Pitella, italiano de Láuria e Palmirense de coração, cuja vida foi um precioso patrimônio da cidade.

A Casa Pittella foi fundada em 1875, sob a razão social de José Albanese. Mantinha então uma filial no Quilombo, hoje Município de Bias Fortes. De 1889 a 1902 a firma se denominou Albanese & Cia. e a companhia era certamente o jovem Carlos Pittella, então recentemente chegado da Itália.

De 1903 a 1921 a Casa teve sede principal na rua Afonso Pena, bem no início, logo após a Praça Cesário Alvim.

Depois de 1921, foi a fase áurea do tradicional estabelecimento mercantil que ostentava a mais bela placa de cobre, com os seguintes dizeres: “Casa Lauriota – de Carlos Pittella e Companhia – negociantes e industriais – Palmyra, Minas”.

Esta placa foi recolhida por ocasião da demolição do prédio, que aconteceu após a extinção da firma, em 1982.

Na sua fase mais importante, além da venda de gêneros do país, ela importava ferragens, vinhos e farinha de trigo. Esta vinha de São Paulo, em vagões da Central. Exportava para outras cidades do país toda a produção de queijo branco de Minas. O queijo era embalado em jacás de bambu e transportado três vezes por semanas, por caminhão, para o Rio de Janeiro. A casa não era apenas comercial, mas também industrial. Possuía uma fábrica de macarrão, produzido em grande escala. Também fazia os famosos pães italianos, muito apreciados na época.

Com o lamentável falecimento de Carlos Pittella, em 1950, assumiu a direção do negócio seu genro e sócio José Palmieri. Levou a vante a empresa e introduziu também a venda por atacado. Era importante representante de indústrias e atacadista nacionais, até 1978, quando, infelizmente, José Palmieri faleceu. Em vida, teve a oportunidade de, muitas vezes, encontrar-se com Alberto Santos Dumont a quem fornecia formicida, pregos, ferramentas e outros gêneros, para o Cabangu.

A firma aguentou este segundo golpe, mas os tempos já não eram os mesmos. Os herdeiros, recuperados de grande perda, tentaram resistir. Organizaram-se e constituíram a firma “Carlos Pittella Comércio e Industria Limitada” e conseguiram, com imensas dificuldades trazê-la até 31 de março de 1982, quando encerraram suas atividades. As portas foram, afinal fechada. Por muitos anos a Casa Pittella participara do progresso da cidade.

O prédio foi alienado a 3 de maio de 1982, e o martelo iconoclasta dos operários não tomou conhecimento dessa construção histórica de 1921. Em poucas horas tudo veio abaixo e desapareceu a que foi uma das maiores casas comerciais de Palmyra.

Hoje, em seu lugar, há um edifício moderno, de três andares.

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